Minha flor

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Meu amor

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Domingando

>> quinta-feira, 18 de abril de 2013


"Estou domingando
em uma quinta-feira desavisada
do mês de abril.
Abril que abriu-se em leque
e abanou meu semblante
desse calor febril.
Musicalizo meu discurso
para não banalizar o poema
Meu espetáculo é assim:
o enredo é amor,
trilha sonora de Ravel
uma pitada de drama
com um pouco de alecrim.
Visto meu dia de feriado
e refresco minhas palavras
com significâncias sutis.
O lema hoje é outonar
Desfolhar árvores simbólicas
e paisagear responsabilidades
com as matizes deslumbradoras
dos encantos adormecidos.
Acordo meu mundo com um café
e me embaralho em alegrias,
sendo eu uma eterna projetista
de reflexos sorridentes.
E se ao menos um sorriso
eu conseguir provocar
e assim desanuviar
algum tipo de tensão,
já valeu então
minha ilusão domingueira
e meu devaneio
enveredado nas estações.
Elevo a fala ao status de oração,
coloco meu desejo entre aspas
e tracejo um agradecimento.
Traduzo assim o ensejo
da intenção:
destacar a beleza que há
na humildade
e na imperfeição."

♥ Marisa Dionisio ♥



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Vontade

>> quarta-feira, 17 de abril de 2013

"E aí bate aquela vontade
de uma estrada
um blues
um conhaque 
e um violão.
Muito vento
bocas e sorrisos
uma fogueira queimando
uma lua
e dois corações.
O peito apertado
com o desejo que chama
A música embalando
o ar impregnado
de pura paixão.
Uma vontade insana
de te desenhar com os olhos
colher os seus suspiros
e de amarrar seu calor
ao contorno do meu corpo.
E no céu aberto de estrelas
bordar encantos
e brilhos
no seu cobertor.
Decorar seus caminhos
e percorrer seus labirintos
Andar descalça no seu mato
me perder no seu destino
Poder voltar sempre
ao ponto de intersecção
entre eu e você,
a estrada,
as escolhas,
o meu sonho
e a razão."


Marisa Dionisio


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Palavra poeta

>> domingo, 14 de abril de 2013


A palavra na minha boca, pulsa
E expulsa, solta o verbo.
Livre ao vento,
a palavra encontra o lampejo
provoca um sorriso
e acende o desejo.
E eu, sempre atenta
sustento a verve
gracejo com a rima
e amiúde
conjugo o fulgor.
A poesia em mim
se tece ardente no corpo
na pele, no toque, no calor.
Reverencia a arte
traduz o espírito
e exulta o amor.
A palavra quando liberta
acorda meu poeta,
lapida o lirismo
que habita e faz latejar
a minha inspiração.
Minha palavra percorre
intrépida
todas as vias sanguíneas
da minha alma em êxtase
até o refúgio
do meu coração.
E surge assim,
viva e poderosa
em forma de prosa
das entranhas
das minhas mãos.

♥ Marisa Dionisio ♥

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Pássaros nos olhos

>> sábado, 6 de abril de 2013

"E há, entre os homens, aqueles que trazem o voo infinito dos pássaros no olhar. E nos emprestam com generosidade resquícios da grandeza que possuem apenas com o observar contínuo dos movimentos suaves das aves riscando o céu. São homens de alma leve esses aprendizes das peraltices passarinhas. E levam com eles um coração rochoso, firme e resoluto, como um pouso seguro da ave em seu ninho. Caminham com o pé no chão e os olhos voltados para o alto, experimentando o sagrado retorno ao começo de tudo. Sábios são esses homens, que testemunham a natureza para compreender o mundo. E afortunados eles são, ainda, por despenderem a preciosidade das suas horas à contemplação fortuita das espécies aladas. Há, entre os homens, aqueles que tem a habilidade de apreender a singularidade da beleza de um pássaro apenas com o olhar. E eternizam com reverência o milésimo de segundo desse encontro, quando a ave avista o homem, e olho no olho, permite majestosamente que ele transforme esse momento em arte."

♥ Marisa Dionisio ♥



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Céu particular

>> quinta-feira, 4 de abril de 2013


"Prendia as estrelas que restaram daquela noite bem rente aos nós dos meus dedos, numa tentativa metafórica de manter o que me restou dele bem enlaçado a mim. E assim como as estrelas eram apenas miragens iluminadas que povoavam o céu, sua lembrança existia somente como uma quimera a habitar minhas retinas. E a noite, eterna cúmplice dos amantes destemidos, compactuava solidária com a angústia do desejo que nos arremessava um de encontro ao outro e derramava outras estrelas no côncavo do meu paladar. O meu dia amanhecia solitário sem o sol do seu sorriso. Na parede, me fazendo companhia, apenas o desenho das sombras daquele dueto que inúmeras vezes protagonizamos com maestria. Afrodite, na platéia invisível dos entusiastas do nosso romance, nos pedia sempre bis. E quando eu buscava alcançar esse toque que fazia estremecer cada milímetro de todos os átomos do meu corpo, eu percebia que ele estava a apenas um esticar de braço do meu encalço. Porque tínhamos, em conluio, um céu personalizado a pender magnífico sobre nosso esconderijo aconchegante de amor. E foram essas estrelas que nos guiaram, auspiciosamente, ao nosso infinito particular de paixão sublime. Minhas estrelas. Dele. Nossas."

♥ Marisa Dionisio ♥



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