Confissões de uma mãe em tempo integral.
>> quinta-feira, 8 de novembro de 2012
Sou mãe todos os dias, o dia
todo. Período integral. Por opção e vocação. Amo ser mãe e nasci para exercer a
maternidade. Sempre tive o sonho de ter uma família e filhos. Desde quando,
criança, brincava com minhas bonecas, dava nome a elas, e já me sentia então
uma mãe. Eu sonhava com o príncipe
encantado e com o pacote completo que vem com essa fantasia. O príncipe
apareceu, em trajes mais informais, com uma roupagem mais moderna, sem cavalo,
mas com romantismo e uma flor na mão. E trouxe junto com ele o meu sonho. E foi
aí que aconteceu a poesia. Foi quando nos dividimos. E nos replicamos. Vieram
nossos filhos, e eu percebi que a mãe que eu sou hoje já existia. Porque a
maternidade é inerente a mim. Sou desse jeito e ponto. E sabe o que mais, adoro
ser assim, adoro ser mãe em tempo integral! Meus filhos são pequenos e eu sinto
que ainda precisam muito de mim. E minha função é dupla. Ou seja, é duas vezes
melhor. Porque amor de mãe é assim mesmo, ele se multiplica. Aumenta o
trabalho, mas aumenta também a recompensa. Acho graça quando alguém me
pergunta: mas você não trabalha fora? Não, eu trabalho é dentro mesmo. E muito.
Começo cedo, dando café da manhã, levando nas atividades, fazendo almoço,
driblando pequenos pitis, educando, orientando nos deveres da escola,
auxiliando nos momentos mais difíceis, achando tempo para brincar, ouvindo as
ideias geniais, entrando nas fantasias, perdendo a paciência, educando um pouco
mais e por aí vai. Eu trabalho como mãe. Sou educadora. Responsável por dois anjinhos.
O trabalho de ser mãe é invisível, parece que não se está fazendo nada. Mas é
de uma importância gigante. Merece louvores e reconhecimento. E como vale a
pena. É muito gratificante, sempre produtivo. E algumas pessoas me perguntam:
mas e você, pessoa, mulher, esposa, não tem vez? Claro, tenho tempo para mim,
para meu companheiro, minha família, meus amigos. Faço várias coisas e
“produzo” muito. Sou super interessante. Mas a atividade de ser mãe eu não
delego. É minha e ninguém tasca. Já fui “eu” durante 32 anos. Fui tanto de mim
mesma, me amei tanto, que chegou um momento que eu quis mais. E eis que a
maternidade aconteceu e me libertou de mim mesma. Me fez mais generosa. Agora
eu sou “nós”. E o “nós” é feito de quatro. Porque ser mãe aumenta tanto nossa
capacidade de amar, que o amor transborda do coração e acaba por alcançar
outros amores. É magia pura. Muito especial. E é por isso que o meu tempo maior
hoje, com certeza é deles, dos meus filhos. São eles que precisam mais de mim
agora. Hoje meu tempo é de levar nas festinhas, de assistir a filmes infantis,
de programinhas de crianças, de parquinhos, de jogos de futebol dele e de
apresentações de balé dela. Ah, e como esse tempo passa rápido. E como eu
gostaria de ter uma máquina de congelar momentos. Congelar sorrisos. Congelar
cheiros. O tempo escorre pelas minhas
mãos. Tempo de dar banho, cuidar das roupinhas, organizar os brinquedos,
mostrar o mundo, falar da vida, ensinar, curar os machucados, dar colo, contar
histórias e dar muitas risadas. E dar tantas outras broncas. E de ter vez ou
outra uma parede pintada, ou o suco derramado. E de explicar mil vezes o porquê
das coisas. De rir e chorar na mesma hora. De dividir a TV, comer muita pizza,
brigadeiro e pipoca. Tempo de educar e de vivenciar com eles, in loco, a maravilha que é ser criança,
e a preciosidade da infância. Tempo e oportunidade de olhar o mundo com olhos
de criança, maravilhados. Tempo de se deslumbrar com tudo. Através da maternidade pude me encontrar de
verdade, e ser uma pessoa melhor, uma mulher completa, uma companheira inteira.
Ser mãe para mim é uma benção e um dom. A vida me trouxe até aqui. Fui abençoada pelo universo e tento retribuir
ajudando a formar dois seres bons, íntegros e que atuem de maneira legal no
mundo. Mesmo amando tanto, eu sinto que o tempo nunca vai ser suficiente para
estar com eles. No abraço de agora, eu já sinto a saudade de amanhã. Mas sei
que me faço sempre presente na vida deles. Meus companheirinhos. Pedacinhos
enormes de mim. Dou muitos beijinhos, abraços, digo eu te amo, dou colo, chamego,
manha e razão. Peco pelo excesso. Mas dou limites e falo não quando preciso!
Porque sou mãe. Em tempo integral. Ah!! E que delícia é ser mãe! E o que eu
queria mesmo, é que esse tempinho bom, movimentado e cheio de venturas e
desventuras não acabasse nunca.
Eu jogo flores para as mamães em tempo integral e também para aquelas que são profissionais, trabalham muito
e ainda são super mamães. Afinal, nós mães somos todas iguais, corujas, babonas
e apaixonadas!
Marisa
1 comentários:
Gracinha amiga... Amo ser mãe integral tbm!!! Cris
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