Mamãe, eu preciso almoçar hoje?
>> terça-feira, 10 de abril de 2012
Quem me conhece sabe da minha eterna batalha para fazer meu menino super inapetente comer. Quando digo comer, quero dizer ampliar o paladar. Meu menino é seletivo, gosta apenas de algumas coisas e às vezes até dessas coisas ele enjoa e não quer mais saber delas à mesa. Tem muita resistência em experimentar novos sabores, novos alimentos. E isso vem desde que ele era bebê. Durante seus seis primeiros meses, só leite materno, mamava e mamava muito. Quando comecei a introduzir alimentos, já começamos a perceber algumas dificuldades. Ele chorava para comer, comia pouco, ficava nervoso. Enfim, a hora da comida era sempre um momento de estresse. Logo depois veio nossa pequena, irmãzinha mais nova, e alegria das alegrias, uma comilona, daquelas que adora comer e come de tudo. Inevitavelmente, comparações surgiram, e creio que isso aumentou ainda mais a já tão difícil relação do menino com a comida. Mas esse menino mora em uma casa onde se come bem, com parcimônia, mas alimentos bem selecionados, comidas saudáveis, coloridas, onde verduras, frutas e grãos estão sempre presentes. Hoje vejo como nosso exemplo ajudou e muito esse menino a ter uma alimentação balanceada. Embora seja pequeno e magrelinho, ele come bem. Come bem em qualidade, não em quantidade. Acho que por isso é tão magrinho, gosta de coisas que não engordam muito. Ele adora verduras, come frutas em abundância, muito peixe, carne, leite, iogurte, sucos, e claro, como toda criança, ama chocolates e doces. Como sempre nos alimentamos bem, isso de algum modo afetou sua postura em relação à comida. A vida me mostrou que ensinamos muito mais com exemplos do que com palavras. Ele sempre nos vê comendo bem, com bastante variedade, pratos exóticos e sempre saudáveis. Afinal, o pai do menino é cozinheiro, sushiman na verdade. E o menino, é claro, detesta sushi e comida japonesa em geral.
Meu menino ainda me surpreende no seu ótimo desempenho nos esportes que pratica. Tem tanta disposição, corre, anda de bike, faz natação, judô, futebol e ainda se aventura no mar pegando onda, para o orgulho total do papai, que também é surfista. E mais, está se saindo muito bem na escola, com um bom desenvolvimento pedagógico. Para orgulho total da mamãe, que sempre gostou tanto de estudar.
Na consulta com o endocrino eu pergunto: - Como meu menino tem tanta energia se come tão pouco? Ao que ele me responde: - Isso é sinal de saúde mãe!
Moral da história: não se preocupar tanto com comida. Longe de mim fugir do papel importante de estar atenta ao crescimento dos filhos, à alimentação que eles tem. Mas já me preocupei tanto, sofri, chorei, e percebi que é preciso relaxar um pouco. Oferecer sempre um ambiente agradável na hora das refeições, pratos bonitos, que despertam o apetite. Na maioria das vezes, para falar a verdade, ele reclama, não quer comer, dá aquele famoso "piti". Mas tudo bem. Vamos levando, tentando associar comida com momento agradável. E sei que no futuro ele vai comer e bastante, mandar ver aquele pratão.
O importante é o equilíbrio. Variedade de alimentos, muita conversa interessante sobre alimentação, sobre sua importância, como é produzido aquele alimento, falar sobre cores, sabores. Minha mãe sempre dizia que a hora do almoço e jantar é uma hora de prazer, sem assuntos polêmicos, não é hora de discussão. Eu como boa aquariana que adora poesia, sempre conto uma historinha legal, fantástica, mágica, e ele adora. E ri, e conta outra historinha mais mirabolante ainda. Porque além de tudo, está me saindo um excelente contador de histórias. Fico toda feliz e digo: -ah, puxou à mamãe. Mas ele sempre vem com a perguntinha fatídica: _ Mamãe, eu preciso almoçar hoje???
2 comentários:
Tbm sou adepta de ensinar uma boa alimentação!!! Cris
Marisa, uma vez ouvi que quanto menos a gente se preocupa, menos stress se tem. Faça a sua parte sim, mas relaxa e deixa ele comer o que gosta e quanto aguenta, tenho certeza que é uma fase e logo logo você vai estar preocupada é em pedir pra ele comer menos...Hehehe!
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